Violência contra a mulher:campanha oferece postos avançados de atendimento e acolhimento a vítimas

'os espaços que ficam nas estações Santa Cecília e Luz, contam com equipes especializadas de psicólogos e assistentes sociais"

Infelizmente a violência contra a mulher é um fato alarmante em todo o Brasil e cresceu ainda mais durante a pandemia.

Segundo o Levantamento do Datafolha encomendado pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública, apesar da violência ter caído nas ruas, ela aumentou dentro das casas. Uma em cada quatro mulheres acima de 16 anos afirma ter sofrido algum tipo de violência no último ano, durante a pandemia. Isso significa que cerca de 17 milhões de mulheres (24,4%) foram alvo de violência física, psicológica ou sexual em 2021. No estado de São Paulo não é diferente, no 1°semestre de 2021 foram 201 homicídios e feminicídios ( quando a vítima é morta por ser mulher) contra 196 no 1° semestre de 2020.

Devido aos números assustadores e da dificuldade que muitas mulheres encontram na hora de denunciar e serem ouvidas, existem hoje campanhas de incentivo ao não silenciamento delas e principalmente como uma forma de acolhimento. Uma delas existentes aqui na capital Paulista desde o ano de 2020, são os postos avançados de acolhimento às mulheres vítimas de violência nas estações Santa Cecília e Luz do Metrô.

Nós entrevistamos a analista de operações Rubenita Lima, de 58 anos. Em uma forma de desabafo, ela falou da importância dos postos de atendimento e pediu para que as mulheres não se calem.

‘'Nós mulheres temos sofrido vários tipos de violência, minhas avós, minhas tias, mulheres que eu não conheço. Então esse acolhimento é necessário.É muito importante para as mulheres se conhecerem ainda mais, para que não tenham vergonha de falar com a mãe, com a vizinha, mas não se calar, a mulher não pode se calar diante da violência. Temos que lutar, temos que gritar. Nós mulheres somos a maioria no eleitorado, então porque na hora de sofrermos violência do outro a gente tem que se calar?’’ nos disse ela.

Com funcionamento de segunda a sexta-feira, das 10h às 16h, os postos contam com equipes especializadas e comportadas de psicólogos e assistentes sociais, encaminhando caso for necessário, as mulheres para Centros de Referência da Mulher (CRM). Essa ação faz parte das medidas de ajuda às mulheres como a campanha “Sinal Vermelho Contra a Violência Doméstica”, onde a pessoa pede auxílio de forma discreta, em qualquer estação, mostrando um X na sua mão.

A Central de Notícias da Rádio ALVORADA é uma iniciativa do Projeto Infodemia: a pandemia das informações. Este projeto foi realizado com o apoio da 5ª Edição do Programa Municipal de Fomento ao Serviço de Radiodifusão Comunitária Para a Cidade de São Paulo.

Os conteúdos ditos pelos entrevistados não refletem a opinião da emissora.